As gestoras do colegiado de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza, Selma Nogueira e Natália Rios visitaram, ontem (15.03.2013), a Casa de Aprendizagem, um dos dez espaços de acolhimento do Movimento Saúde Mental Comunitária (MSMC) que trabalham a autopoiese comunitária. Durante o encontro, o padre Rino Bonvini, presidente da instituição, entregou uma planilha de resultados quantitativos das ações desenvolvidas nos últimos oito anos do Movimento.

O documento reuni ações que vão, desde a prevenção à drogadição no projeto Sim à Vida com crianças e adolescentes, até a acolhida socioterapêutica de pacientes com transtornos psicológicos e psiquiátricos no Centro de Atenção Psicossocial Comunitário (Caps) e na Residência Terapêutica. O MSMC utiliza a metodologia da Abordagem Sistêmica Comunitária. Essa metodologia tem uma média anual de 168 mil atendimentos na região sudoeste de Fortaleza. O Caps e a Residência são dois serviços que o Movimento realiza em cogestão com a Prefeitura de Fortaleza.

Ontem, no diálogo entre técnicos da Prefeitura e coordenadores do Movimento ficou estabelecido que, a partir do dia 10 de abril, será vista a possibilidade de dar continuidade à cogestão. Participaram do encontro, além das gestoras da PMF e da presidência do Movimento, Márcia Cristine de Oliveira, Cláudia Rodrigues, Elizeu de Sousa e Natália Martins, membros da coordenação da instituição; o psiquiatra Frederico Leitão, a assistente social Luciene Alves e Aurilene Xavier, gestora do Caps Comunitário do Bom Jardim.

Durante a reunião, Rino sugeriu que a Prefeitura analisasse a possibilidade de expandir o serviço psicoterapêutico que trabalha a autopoiese comunitária, para outras regionais de Fortaleza.

A Abordagem Sistêmica Comunitária

Na Abordagem Sistêmica Comunitária (ASC) a pessoa acolhida é escutada e acompanhada em processos terapêuticos e de inclusão social, com a promoção da integração familiar, da cidadania, da cultura e da espiritualidade numa visão ecumênica.

A ASC trabalha inicialmente a elevação da autoestima e o desenvolvimento dos potenciais de cada pessoa acolhida. O processo visa e gera, coo resultado, empoderamento que sensibiliza para o reconhecimento das conexões de corpo, mente, espírito, comunidade, cultura e natureza.

O princípio fundamental da ASC é considerar o ser humano como um todo, integrado a um contexto através de múltiplas conexões que contribuem para o equilíbrio biopsicossocioespiritual, que leva a pessoa a se “recriar” sucessivamente e, consequentemente, resulta em um movimento gerador de vida plena e saudável que se estende a toda a comunidade. A este processo, o padre Rino chama de autopoiese comunitária.

 

Sobre o Movimento Saúde Mental

Fundado em 1996, o Movimento Saúde Mental atua, entre outras coisas, com grupos de terapia comunitária, embasado pela Abordagem Sistêmica Comunitária, e desenvolve atividades para todas as faixas etárias no bairro Bom Jardim, em Fortaleza e bairros vizinhos.