A Escola de Gastronomia Autossustentável (EGA) é um espaço de formação construído e implementado pelo Movimento Saúde Mental em parceria com o Programa de Gastronomia Social da Universidade Federal do Ceará (UFC). Inaugurada em dezembro de 2016, já formou centenas de pessoas das periferias de Fortaleza e região metropolitana nos mais variados cursos de gastronomia: Chocolatier; Doces e Sobremesas Clássicas e Gourmet; Pães do Mundo; Pâtisserie e Confeitaria; Gastronomia de Rua; Saladas e Molhos; Pizzaiolo; Salgados Comerciais; Bolos Regionais; Organização de Eventos Gastronômicos; Planejamento de Cardápio, entre outros.
Apenas em 2024 foram formadas 1.122 pessoas, em dois projetos simultâneos da EGA – o Alimentando Sonhos e o Gastronomia e Terapia: Caminhos para a Geração de Renda e Autoestima. As mulheres são maioria nos cursos, mas também homens e a população LGBTQIAPN+ estão presentes.
Diante dos desafios de ter trabalho justo e renda entre as populações mais vulneráveis, a Escola nasce como uma ação de inclusão socioeconômica potencializadora da cultura gastronômica regional. Ao mesmo tempo em que forma profissionais para o mercado da gastronomia, as ações contribuem com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS): Saúde e Bem-estar (ODS 03), Trabalho Decente e Crescimento Econômico (ODS 08), Redução das Desigualdades (ODS 10).
A EGA traz o diferencial da Abordagem Sistêmica Comunitária (ASC), por inserir a dimensão do cuidado com a saúde dos/as participantes em todo o processo formativo. Contemplando a saúde e o bem-estar como uma das suas metas, este ODS é incorporado através de ações terapêuticas que visam a promoção do equilíbrio biopsicossocioespiritual dos/as participantes. Isto inclui práticas de relaxamento, de desenvolvimento do autoconhecimento e autoestima, de equilíbrio emocional, entre outras metodologias reconhecidas por sua eficácia.
Ao mesmo tempo em que trabalhamos pela autossustentabilidade da instituição, em nossas formações gastronômicas estimulamos este mesmo potencial regenerativo entre os/as participantes. Por compreendermos que precisamos caminhar juntos/as na construção desta outra compreensão sobre manter-se vivo, coerente e sustentável no planeta.
Compreende-se que a superação da pobreza não acontece apenas pelo viés econômico, ela está associada à superação de diversos outros desafios que limitam a vida das pessoas mais fragilizadas socialmente. Dar o salto da condição de vulnerabilidade social para autonomia plena, exige uma complexa teia de ações que contribuam para que as pessoas se percebam inteiras e deixem aflorar seus potenciais.