Mais um programa da TV cearense abre espaço para a denúncia de Sebastião Ramos sobre a discriminação religiosa praticada pelas Testemunhas de Jeová através da desassociação (expulsão).

A TV União no programa “Da Hora” no dia 20/10 abordou a intransigência religiosa e como ela se manifesta na nossa sociedade. Para o debate foram convidados Padre Haroldo Coelho (Sociólogo), Pascoal Naib (Sociólogo), Rino Bonvini (Psiquiatra), Sebastião Ramos ex-fiel igreja testemunha de Jeová.

O programa com duração de 1 hora e meia abordou desde as grandes perseguições feita pela Igreja Católica na Idade Média até a perseguição e discriminação de ex adeptos das Testemunhas de Jeová que sofrem atualmente com uma desumana política interna de proibição de qualquer contato espiritual e social com seus antigos irmãos de fé.

Vivemos num tempo em que movimentos sociais e forças religiosas não medem esforços para uma aproximação e para uma construção do respeito e da tolerância para os mais diferentes povos, etnias, cultura e tradições religiosas.

Ivo Pedro Oro salienta: “Parece acentuar-se sempre mais a certeza de que já não é possível um povo, ou uma comunidade, portar-se de forma sectária, vivendo entrincheirado nos valores de seu mundo como se fosse o detentor da verdade”.

Porém, a denominação religiosa chamada “Testemunhas de Jeová” parece estar em plena idade média onde a discriminação, a intolerância e o fundamentalismo religioso fazem parte de seu tratamento a ex adeptos. Quando a pessoa deixa de ser uma “Testemunha de Jeová” as pessoas antes amigas não dirigem mais a palavra e nem sequer o cumprimentam e familiares passam a ter um limite na associação, ou seja, você se torna um estigmatizado ou como preferem chamar de apóstata.

É interessante ver como tanto a lei dos homens como a de Deus são esquecidas por essa denominação religiosa, pois já diz a declaração universal do direitos humanos que toda pessoa tem o direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e confirmando isso nos atos dos apóstolos Pedro afirma que Deus não faz acepção de pessoas, mas que lhe é agradável aquele que, em qualquer nação, o teme e faz o que é justo.

Leonardo Boff falando sobre respeito e tolerância cita: “A intolerância constitui o risco permanente. Ela reduz a realidade, pois assume um polo e nega outro. Coage a todos a terem a mesma atitude. É assim que nasce o fundamentalismo e o dogmatismo. Ao tornarem absoluta uma verdade, se condenam à intolerância e passam a não reconhecer e a respeitar a verdade do outro. Não suportam a coexistência das diferenças e das oposições. Com o fundamentalismo já se liquidou o diálogo e a escuta do outro e passa-se ao uso da força para reprimir e para impor seus caminhos”.

 

Sobre o Movimento Saúde Mental

Fundado em 1996, o Movimento Saúde Mental atua, entre outras coisas, com grupos de terapia comunitária, embasado pela Abordagem Sistêmica Comunitária, e desenvolve atividades para todas as faixas etárias no bairro Bom Jardim, em Fortaleza e bairros vizinhos.