O jovem Fernando José de Moura Neto, conhecido como Neto Pitaguary, quer formação em Abordagem Sistêmica Comunitária para o povo indígena. Está entusiasmado com a proposta de formação feita por padre Rino Bonvini, presidente do Movimento Saúde Mental, no dia 16 de novembro.

A fala de Rino ocorreu durante a XXV Assembleia Estadual dos Povos Indígenas do Ceará, que está sendo realizada de 15 a 19 de novembro de 2021, na Escola Chuí, no território Pitaguary, em Maracanaú, tratando do “Fortalecimento do Movimento Indígena do Ceará”.

A assembleia reúne 15 povos indígenas: Anacé, Gavião, Jenipapo-Kanindé, Kalabaça, Kanindé, Kariri, Pitaguary, Potiguara, Tapeba, Tabajara, Tapuia-Kariri, Tremembé, Tubiba-Tapuia, Tupinambá e Karão. Eles estão distribuídos em 25 municípios cearenses.

Neto Pitaguary é presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena do Ceará. Ele diz não haver “política de saúde mental que respeite os aspectos culturais dos povos indígenas do Ceará”. Neto é técnico de enfermagem e atua na Saúde Indígena no polo base de Maracanaú.

Desde a infância, Neto convive com a Abordagem Sistêmica Comunitária, desenvolvida pelo Movimento Saúde Mental. A seguir, ele comenta alguns aspectos debatidos na tarde do dia 16 de novembro.

Saúde mental e cultura indígena: “Atualmente, não existe nenhuma política de saúde mental que respeite os aspectos culturais dos povos indígenas do Ceará, a partir da nossa experiência efetiva com o povo Pitaguary desde 2007”.

A tecnologia socioterapêutica do MSM: “Apresentamos nossa experiência da abordagem sistêmica comunitária indígena na XXV Assembleia Estadual dos Povos Indígenas do Ceará, essa parceria que se cria com o Distrito Sanitário Especial de Saúde Indígena e as comunidades indígenas, com o intuito de formação terapêutica para as lideranças indígenas e para os profissionais de saúde indígena que atuam nos territórios indígenas”.

Abordagem Sistêmica Comunitária: “Destaco que a formação será um importante passo, uma vez que essa técnica criada pelo MSM tem como missão o fortalecimento de vínculos, sobretudo resgate da autoestima das comunidades, empoderamento das lideranças indígenas, fortalecimento cultural, linguístico, para a continuidade e a garantia dos direitos dos povos indígenas do Ceará.”

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