A doutora Lídia Poppe, apoiadora e colaboradora do Movimento Saúde Mental, foi indicada para a Premiação Melhor do Brasil na Europa, na categoria ‘Melhor Profissional Europeu da Área de Saúde’. Este prêmio é considerado por veículos de comunicação como um ‘Oscar’ da comunidade brasileira no exterior. Veja aqui.

A médica Lídia Poppe, doutora em dermatologia, radicada na Alemanha, afirma que a Abordagem Sistêmica Comunitária do Movimento Saúde Mental(MSM), ensinou-a encarar o “paciente como ser humano, entendendo suas necessidades e seu contexto, seu momento de vida atual. A ética de ser verdadeira e deixar-me ser utilizada como instrumento de facilitação da cura, com a humildade necessária nessa tarefa, mas com a competência exigida”.

Formada pela Universidade Federal do Ceará, Lídia Poppe foi aluna do padre Rino Bonvini, então professor do Departamento de Medicina. “Ele era um professor muito competente, participativo e intuitivo. Nós nos entendemos logo na primeira aula”.

Antes de ir para a Austrália e, em seguida, para a Alemanha, Lídia fez atendimentos na Palhoça Terapêutica do MSM. Anos depois, a médica voltou a Fortaleza com o marido, dr. Heiko Poppe, e com a dra. Ana Luiza Lima, colega e também ex-aluna do padre Rino, para fazer atendimentos gratuitos na comunidade do Bom Jardim.

A dra. Lídia descreve a Abordagem Sistêmica Comunitária como “uma ideia genial” do padre Rino. Diz se sentir “honrada de poder contribuir com o crescimento e o desenvolvimento desse projeto tão abrangente, cheio de amor e transparência.”

Serviço: Para votar na doutora Lídia Poppe, clique em um dos links a seguir e veja os detalhes

Instragram: https://www.instagram.com/drlidiapoppe/

Website: http://www.hautaerzte-badkissingen.de/

Link do prêmio: https://www.bestofbrazilawards.com/

 

Confira, a seguir, a entrevista com a dra. Lídia Poppe

 

Elizeu Sousa, site do MSM: Dra Lídia, você foi aluna do Padre Rino?

Dra. Lídia Poppe: Sim – e com muito prazer! Durante a faculdade de Medicina, fui aluna do padre Rino na disciplina de Psicologia Médica. Ele era um professor muito competente, participativo e intuitivo. Nós nos entendemos logo na primeira aula.

E.S. – MSM: Como foi sua relação com o Movimento Saúde Mental?

Paixão à primeira vista! A Medicina Social e a Antropologia Médica sempre me fascinaram e, por algum tempo, pensei em seguir carreira como psiquiatra, com foco em doenças psicossomáticas. No entanto, ao final do curso, a dermatologia bateu mais forte, e foi nela onde me especializei e fiz doutorado, já na Universitätsklinikum Würzburg, na Alemanha. Mesmo assim, fiz um curso de Balint* para médicos com foco em dermatoses psicossomáticas para conseguir atender aos pacientes de forma mais holística dentro da minha área.

(*) Método desenvolvido por M. Balint, psicanalista: É um grupo de autoajuda formado principalmente por um pequeno número de médicos que estão interessados em melhorar as relações interpessoais com os seus pacientes. Este grupo é normalmente coordenado por um psiquiatra, com instrução para esse efeito.

E.S. – MSM: Você conhece a tecnologia socioterapêutica Abordagem Sistêmica Comunitária, desenvolvida pelo padre Rino e seus colaboradores?

Dra. Lídia Poppe: Sim! Sou uma apoiadora e colaboradora – tanto financeiramente, como sendo voluntária – desde a época de faculdade. A visão de ensinar, auto cura, terapias comunitárias visando também meditação e autoconhecimento são simplesmente fantásticas! Já participei de atendimentos na palhoça. Também atendemos gratuitamente moradores da comunidade quando fomos a Fortaleza – eu, meu marido, que também é dermatologista, dr. Heiko Poppe, e a dra. Ana Luiza Lima, que também é dermatologista e foi aluna do Padre Rino, como eu. Digo que Padre Rino é o executor dessa ideia genial, e me sinto honrada de poder contribuir com o crescimento e o desenvolvimento desse projeto tão abrangente, cheio de amor e transparência.

E.S. – MSM: Houve algum ensinamento do MSM que você pode utilizar como médica na Austrália e, posteriormente, na Alemanha?

Dra. Lídia Poppe :Sem dúvida! Vários! Na Austrália, trabalhei principalmente na emergência, por um ano, em Perth, no ano de 2006. Desde 2007 estou na Alemanha, onde fiz residência e Doutorado. Mas se puder resumir em dois: encarar meu paciente como ser humano, entendendo suas necessidades e seu contexto, seu momento de vida atual. A ética de ser verdadeira e deixar-me ser utilizada como instrumento de facilitação da cura, com a humildade necessária nessa tarefa, mas com a competência exigida. Além disso, nunca esquecer de que o médico tem seu papel social dentro da comunidade: levo isso tatuado no meu coração.

E.S. – MSM: Comente sobre a premiação Melhor do Brasil na Europa?

Dra. Lídia Poppe: Quando recebi a nomeação, lembrei de uma amiga jornalista que já havia sido indicada, e pensei: “Nossa, que surpresa!” Mais surpreendente ainda foi perceber como a comunidade brasileira vem se abrilhantando no exterior. Isso é motivo de orgulho, momento de romper paradigmas e aceitar que brasileiros têm destaques em várias carreiras tradicionais fora do país, que nosso ensino universitário é muito bom, e que nossas experiências podem somar muito para a nova realidade de expatriada! Ficarei muito feliz se vencer, mas só de ter sido nomeada para esse “Oscar do Brasil” já me senti muito, muito honrada!