Em reunião com a equipe técnica do Movimento Saúde Mental Comunitária (MSMC), Dr. Diego Gonzalez, da Organização Pan Americana da Saúde (OPAS/Brasil) falou sobre a iniciativa RVL, da Secretaria Municipal de Fortaleza e a metodologia proposta pela Organização Pan Americana de Saúde.

Além disso, destacou a importância dos movimentos populares e da articulação destes com a gestão, para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, colocando as pessoas no centro destes objetivos, acima de tudo as que se encontram nos territórios mais vulneráveis.

O Bom Jardim é um dos 18 bairros que compõem a Regional 5, onde foi retomado o projeto Rostos, Vozes e Lugares na cidade de Fortaleza. O bairro, conhecido como um dos mais violentos do município, conta com o desenvolvimento de vários projetos e iniciativas exitosas caracterizadas pela inovação, criatividade, inclusão e solidariedade, revelando a riqueza humana e cultural do lugar.

Após o esclarecimento de dúvidas da equipe técnica da OPAS/Brasil e a discussão sobre o desenvolvimento do projeto RVL em articulação com a gestão da regional, o presidente do MSMC, padre Rino Bonvini, discorreu de forma breve sobre a história e origem do Movimento. “Tudo começou escutando as pessoas… espaços para transformar a dor em crescimento”. Em seguida sugeriu que o grupo assistisse a dois vídeos, por meio dos quais foi possível conhecer um pouco mais das atividades e projetos que desenvolvem, dentre estes:

  • Terapia Comunitária;
  • Grupos de autoestima;
  • Abordagem Sistêmica Comunitária (reconhecida como tecnologia social pelo Banco do Brasil);
  • Massagem Terapêutica;
  • Biodança;
  • Centro de Atenção Psicossocial – CAPS com gestão compartilhada entre o Movimento e a Secretaria Municipal de Saúde;
  • Sim à vida (arte e educação para alcançar as crianças antes das drogas);
  • Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), em parceria com a gestão;
  • Casa de Aprendizagem Ezequiel Ramin – profissionalização da comunidade;
  • Casa AME Dom Franco Masserdotti – Arte Música e Espetáculo: cidadania, lazer e cultura (Ponto de Cultura);
  • Centro de Aprendizagem do Bom Jardim – auxiliar jovens para o desafio do vestibular.

Foram visitadas a Casa AME (ponto de cultura), prédio onde, também, se localiza o ponto de leitura e o projeto PETI. A horta comunitária, situada ao lado, é utilizada para a Farmácia Viva e onde também são desenvolvidas atividades educativas e terapêuticas.

A casa AME foi potencializada com a conquista do ponto de cultura, contudo a atividade já era desenvolvida com doações e o apoio de associações com a Amicci de Rino, formada por amigos do padre, que vivem na Itália e que contribuem com o Movimento.

O CAPS é integrado a um outro espaço do Movimento destinado à desenvolver atividades coletivas com a comunidade, carinhosamente chamado de palhoça.

Visita ao Centro Cultural do Bom Jardim

A visita ao Centro Cultural do Bom Jardim, estrutura destinada ao desenvolvimento artístico e cultural, foi realizada em seguida. O CCBJ oferece atividades como oficinas de dança, pintura, música, produção de fantasias, de instrumentos musicais entre outras atividades. Conta, por exemplo, com auditório, teatro, estúdio de música, sala de projeção e biblioteca. O espaço é aberto à participação da comunidade e à sugestões de programação.O objetivo é, acima de tudo, divulgar os artistas locais bem como promover a apresentação de artistas de outras regionais do município que não tiveram a oportunidade de conhecer o bairro.

Durante a visita não foi difícil perceber a sintonia das experiências com os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e a importância de se estabelecer esta conexão de forma mais sistemática, para maior visibilidade e partilha com outras comunidades, municípios e países.
Encerrada com um almoço especial, servido com a característica cordialidade e alegria daquelas pessoas, a visita deixou bons sentimentos e impressões que perduraram durante o dia.

Nota preparada pela técnica Regiane Rezende – Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza em colaboração com a OPAS/OMS Brasil.

 

Sobre o Movimento Saúde Mental

Fundado em 1996, o Movimento Saúde Mental atua, entre outras coisas, com grupos de terapia comunitária, embasado pela Abordagem Sistêmica Comunitária, e desenvolve atividades para todas as faixas etárias no bairro Bom Jardim, em Fortaleza e bairros vizinhos.