Aos 51 anos, o coordenador administrativo do Movimento Saúde Mental (MSM), Francisco Wastiney Viana, recebeu o diploma de conclusão do curso de Administração. No mesmo dia, ele iniciou uma nova graduação, que desta vez será em Psicologia. 

Ele conta que quando chegou ao Movimento Saúde Mental, em 2019, tinha pausado a graduação e que não tinha mais expectativa em retomar o curso. No entanto, Wastiney acrescenta: “uma das maravilhas do Movimento é você ver outras pessoas se dedicando, estudando… e isso me motivou”. 

No MSM, o estímulo a essa busca por novos conhecimentos faz parte do incentivo à autopoiese. Na autopoiese, a pessoa, assim como cada célula do corpo, está em constante conexão com o todo ao seu redor, trocando idéias e soluções para superar obstáculos seus e da comunidade. 

Segundo o coordenador, cursar Psicologia sempre esteve em seus sonhos e, após conviver com os psicólogos do Movimento Saúde Mental, esse desejo foi ficando cada vez mais presente.

Sobre ser universitário após os 50 anos, ele é firme em dizer que: “Nada está perdido, nada passou. Você pode começar agora. A gente está nesse mundo para acumular conhecimento, para aprender. Independente se você vai se aposentar ou morrer, a vida é isso: é aprender e ser curioso”.

A esposa, Ilma Viana, explica que a conquista de Wastiney “representa que nunca é tarde quando se tem um objetivo e um incentivo para os filhos ver o pai sempre estudando e buscando o melhor. Tenho muito orgulho dele”.

O incentivo do Movimento para além da graduação

O Movimento Saúde Mental, a partir da Abordagem Sistêmica Comunitária (ASC), estimula o surgimento da autopoiese, manutenção da vida com saúde e constante evolução, proporcionando assim o equilíbrio biopsicossocioespiritual. 

Para isso, a instituição valoriza a relação consigo mesmo, com o outro, com a comunidade e a natureza. No caso de Wastiney, o estímulo foi para além dos estudos. Cada integrante do MSM é estimulado a avançar em seus estudos.

O primeiro dentre os três irmãos a concluir um curso de ensino superior, Viana explica que conhecer e trabalhar no Movimento Saúde Mental também impactou na sua demonstração afeto. Isso porque, no MSM, os apertos de mãos costumam ser trocados por abraços apertados.

“Essa coisa mexeu tanto comigo que eu não tinha o hábito de beijar e abraçar meus irmãos. Hoje eu chego na casa de um irmão, de uma irmã, e abraço, beijo. É bem espontâneo, bem legal”, explica o coordenador.

Sobre a colação de grau e o início da nova graduação, Lourdes Bernardino, irmã de Wastiney comenta: “Não só como irmão, ele é bom esposo e um bom pai, não tenho nem como descrever, ele é tudo de bom que se possa imaginar. Estou muito feliz, por essa conquista. Não tenho nem palavras pela felicidade que estou sentindo”.