Em sessão solene, realizada no dia 1º de dezembro na Assembleia Legislativa do Ceará, em reconhecimento aos 15 anos do Movimento Bom Jardim, a deputada Rachel Marques destaca a ação do Movimento como exemplo para todo o Estado, dirigindo-se à audiência da TV Assembleia. O padre Rino Bonvini, um dos homenageados com placa distintiva, recorda que a Abordagem Sistêmica Comunitária – tecnologia social da entidade – já estava na comunidade, precisava apenas criar as condições para que as pessoas pudessem ativá-la para solucionar seus problemas.

Padre Rino diz ainda “que o Movimento ajuda a comunidade a se ‘empoderar’ para inventar soluções concretas para as questões que afligem as pessoas, as famílias e a própria comunidade”. Ele evidencia que o Movimento “tanto é reconhecido no país, como além das fronteiras, rompendo barreiras culturais e trazendo pessoas como Emma Thomas [para colaborar], uma estadunidense presente à sessão na Assembleia. Emma, em visita a Fortaleza, conheceu o Movimento, tornando-se colaboradora voluntária.

A relação com a pluralidade cultural brasileira também é evidenciada por Rino. Na sessão se encontrava o pajé Barbosa, líder espiritual da etnia Pitaguary de Pacatuba e Maracanaú, convidado para compor a mesa das autoridades da sessão. Rino dirige-se ao pajé e destaca “que a cultura indígena é um patrimônio da humanidade que precisa ser reconhecido, após ano s de exclusão, perseguição e massacre”.

Em seu discurso, a deputada Rachel Marques, autora do requerimento para realização da sessão solene, reconstitui a história do Movimento, desde a sua origem em 1996 junto às pessoas das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), tendo germinado da ação missionária Comboniana no Grande Bom Jardim, na periferia de Fortaleza.

Depois, recorda a deputada, com a colaboração dos médicos Adalberto Barreto e Mourão Cavalcante, o padre Rino iniciou um atendimento comunitário para pessoas estressadas e deprimidas, numa parceria com a Universidade Federal do Ceará.

Com passar dos anos, o Movimento Bom Jardim evolui para um amplo serviço terapêutico e social envolvendo desde a terapia até a implementação de uma política pública de atenção à saúde mental em parceria com a Prefeitura de Fortaleza, além de ambientes com formação cultural, profissionalizante, de educação suplementar, de inclusão social e de estímulo à cidadania ativa, comenta Rachel Marques. Para ela, “o Movimento Bom Jardim contribui para a valorização dos direitos humanos em sua totalidade”.

Durante a sessão, foram homenageados o mestre em biodança, Reni Dino ex-coordenador administrativo do Movimento; o pajé Barbosa, parceiro do Movimento em intercâmbio cultural; a atriz amadora e beneficiária da Terapia Comunitária, Maria Abreu; eles compuseram a mesa da sessão.

 

Sobre o Movimento Saúde Mental

Fundado em 1996, o Movimento Saúde Mental atua, entre outras coisas, com grupos de terapia comunitária, embasado pela Abordagem Sistêmica Comunitária, e desenvolve atividades para todas as faixas etárias no bairro Bom Jardim, em Fortaleza e bairros vizinhos.