(Turma de Técnicas em Chocolates Finos recebe certificados em cerimônia de encerramento / Foto: Arquivo MSM)

 

O Programa Gastronomia e Terapia: Novos Caminhos para Geração de Renda e Autoestima reuniu colaboradores e visitantes para a celebração da formatura de seus 40 participantes no dia 28/10/2023, sábado. O evento, realizado na Palhoça Terapêutica, marcou o fim de uma jornada de muito aprendizado e oportunidades.

 

O encerramento contou com discursos emocionantes de professores e alunos, que agradeceram a oportunidade de troca de aprendizados. A entrega de certificados foi o momento mais aguardado do dia, marcando o sucesso da capacitação dos participantes para atuar no mercado de trabalho.

 

A iniciativa do Movimento Saúde Mental (MSM), fomentada pelo Instituto Cooperforte, ofertou 4 cursos profissionalizantes para a população do Grande Bom Jardim, são eles: Panificação Artesanal, Confeitaria Moderna, Doceria de Vitrine e Técnicas de Chocolates Finos. Cada um teve duração de 6 meses, com carga horária total de 80 horas.   

 

Além da formação teórica e prática em gastronomia, os participantes também aprendem sobre cidadania, empreendedorismo, educação financeira e empoderamento digital. O objetivo foi  promover a autonomia profissional e a inserção dos participantes no mercado de trabalho, contribuindo para a superação da pobreza na região. 

 

Meyrilene Lopes foi uma das alunas da turma de Panificação Artesanal. Ela agradeceu a oportunidade de participar do curso. “Para mim, é um privilégio participar desse curso. Para mim, foi uma vitória. Antes, eu não tinha expectativas. Quando eu vim para cá, eu aprendi bastante coisa. Hoje, eu sou uma nova pessoa”, explica.

 

Durante todo o curso, os participantes tiveram acesso às práticas terapêuticas incluídas na Abordagem Sistêmica Comunitária (ASC). Ali, desenvolveram o autoconhecimento, fortaleceram vínculos sociais, potencializaram a autoestima, além de prevenir e tratar transtornos psíquicos e sofrimentos emocionais por meio das atividades terapêuticas.

 

O programa atendeu pessoas entre 18 e 40 anos, em situação de vulnerabilidade social, com renda familiar de até 2 salários mínimos; entre mulheres, jovens, população LGBTQIAPN+,  povos indígenas, população negra e membros de comunidades tradicionais. 

 

Sâmara Sobreira, assistente social e Coordenadora do Sim à Vida, conta que a seleção priorizou usuários do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e do Centro de Referência da Assistência Social (CRAS). “Eu realizo a visita nesses dois espaços e os usuários passam por uma triagem para identificar pessoas que tenham perfil para o curso. Hoje, em uma das turmas, nós temos 5 pessoas acompanhadas pelo CAPS”.

 

A assistente social também revela ser grata por ter acompanhado o processo de evolução das mulheres participantes do programa. Ela observa uma mudança na realidade das vidas alcançadas, uma vez que o empoderamento se deu através do reconhecimento e valorização das habilidades de cada uma delas.  “Teve momentos em que muitas pensaram em desistir, porque elas vêm de uma realidade onde elas são desacreditadas. Elas escutam que não valem nada, que não têm potencial. E, aqui, elas se reinventaram. Elas não só chegaram no final, mas também puderam reescrever suas histórias”, explica.

 

Joel Andrade, monitor do Projeto Gastronomia e Terapia, revela que participar de um projeto como esse é uma grande oportunidade para contribuir e aprender com o início da carreira profissional dos participantes. “Foi uma experiência muito rica para mim. Pude aprender com a experiência dos professores, mas principalmente com as alunas e os alunos e suas vastas vivências e histórias de vida”, conta. 

 

O Programa Gastronomia e Terapia: Novos Caminhos para Geração de Renda e Autoestima é uma realização do Movimento Saúde Mental, em parceria com a Universidade Federal do Ceará, por meio do projeto Gastronomia Social UFC. O programa recebeu fomento do Instituto Cooperforte, possibilitando a capacitação profissional dos moradores do Grande Bom Jardim e contribuindo para a superação da pobreza no território.

Por Gabriele Félix