A Escola de Gastronomia Autossustentável (EGA) do Movimento Saúde Mental, localizada no bairro Bom Jardim, em Fortaleza, oferece diversos cursos na área gastronômica e tem projetos como o Gastronomia e Terapia e o Alimentando Sonhos. 

Por Júlia Vasconcelos

Artigo científico mostra que escolas de gastronomia social promovem impactos sociais favoráveis para a comunidade e contribuem para melhorar a qualidade de vida dos participantes. A pesquisa ouviu, entre outras, pessoas que fizeram cursos na Escola de Gastronomia Autossustentável do Movimento Saúde Mental (MSM).

A Escola de Gastronomia Autossustentável (EGA) é vinculada à extensão da Universidade Federal do Ceará por meio do programa Gastronomia Social. O artigo, publicado  no site internacional de divulgação científica, médica e tecnológica Science Direct, analisa os impactos da gastronomia social em territórios de vulnerabilidade socioeconômica. 

O artigo “How can gastronomy impact the social change of a vulnerable population assisted by social programs? The case of Brazilian social gastronomy”, que pode ser traduzido por “Como a gastronomia social pode impactar na transformação social de uma população vulnerável assistida por programas sociais? O caso da gastronomia social no Brasil”, realizou uma pesquisa junto aos alunos dos cinco cursos do projeto Gastronomia e Terapia de 2019.

Os alunos, cuja maioria é formada por mulheres, responderam a um formulário sobre o que o curso acrescentou em suas vidas, o que eles aprenderam e se a formação provocou mudanças.

Em 2019, os cursos ofertados na EGA eram de Chocolateria, Comidas Típicas, Sobremesas geladas, Salgados e Doces, geleias e compotas.

A proposta do Gastronomia e Terapia é capacitar profissionalmente seus alunos para o mercado de trabalho gastronômico, aliando terapias complementares de grupo ofertadas no Movimento Saúde Mental.

Segundo a professora Eveline de Alencar, coordenadora do Gastronomia Social e uma das autoras do artigo, afirma que “esse modelo de gastronomia e terapia faz diferença na vida das pessoas”.

“Muitas [alunas] entraram no mercado de trabalho, muitas reconhecem que foi um divisor de águas”, conta.

A conclusão é que a gastronomia social, embora seja uma ciência nova no Brasil, tem gerado impactos positivos em locais de maior vulnerabilidade social, e a pesquisa realizada com os alunos do Gastronomia e Terapia é demonstrativa desses impactos.

O projeto, além de impulsionar a entrada no mercado de trabalho, atua no fortalecimento da autoestima, seguindo a Abordagem Sistêmica Comunitária (ASC) criada pelo padre Rino Bonvini e aplicada no Movimento Saúde Mental.

O trabalho científico publicado pelo Science Direct é assinado por Regiane Rabelo Damasceno, Ottorino Bonvini, Natalia de Sousa Martins, Regina Maria Silva Bastos, Tereza Carlas da Nobrega Araujo Garcez, Alessandra Pinheiro de Goes Carneiro e Eveline de Alencar Costa.

Os cursos da Escola de Gastronomia Autossustentável têm impactado a população do Grande Bom Jardim, promovendo a entrada no mercado de trabalho a partir de parcerias com o Instituto Cooperforte e a empresa M. Dias Branco.

Edição: Elizeu de Sousa