O Movimento Saúde Mental (MSM) celebra o sucesso de jovens indígenas que fazem parte da história da instituição. Esses jovens são apoiados pelo MSM desde a adolescência ou infância, através do acolhimento, cursos e outras ações de fortalecimento da saúde mental indígena.

 

Yago Medina inicia graduação

O Yago Medina iniciará graduação no próximo ano e conta que o MSM o desenvolve “desde a infância, com práticas de cuidados, desenvolvimento biopsicossocioespiritual, através do Sim à Vida”.

Atualmente, ele é estagiário de comunicação no MSM e explica que “essa remuneração ajuda na faculdade”.

Pela relação de Yago com o MSM ter sido iniciada ainda na primeira fase da vida, a aproximação do jovem com a metodologia socioterapêutica da instituição foi fortalecida ao longo dos anos. 

Hoje, aos 18 anos, ele explica que “a Abordagem Sistêmica Comunitária ASC é de extrema importância para o desenvolvimento do ser humano, pois é onde ele consegue ter respeito e a correlação com os outros meios de vida, animais, vegetais e seres humanos”.

Para outros jovens, Yago aconselha: “Exercitem o mental para que ele dependa de você e não ao contrário. Pratique e cuide do seu espiritual para que possa estar bem consigo mesmo fazendo com que você não perca o foco dos seus objetivos e que siga sonhando”.

 

‘Soberane’, dirigido por Wara, é premiado no Leopardo de Ouro como Melhor Curta-metragem

Outra conquista indígena celebrada pelo MSM é de Wara, cineasta não-binária que atuou e dirigiu o curta-metragem Soberane (2022). A obra foi vencedora do Leopardo de Ouro na categoria Melhor Curta-metragem

A mãe de Wara, Eliahne Brasileiro, foi coordenadora da Casa AME do Movimento e, dessa forma, se deu a aproximação da jovem com a instituição.

Wara, relembra: “Desde que conheci o Movimento reconheci que estava num espaço no qual era tratade com carinho, respeito e amor. Quando fui me especializar em Cuba, ainda desde longe, Padre Rino me deu um grande apoio durante todo o processo. Isso me deu apoio para reconhecer minha força e serenidade interior, acreditar nos meus projetos e ver que eles são pequenas sementes que fazem parte de uma mata grande”.

Sobre Soberane, Wara afirma que “é um projeto que me fez ter segurança no tipo de cinema que eu quero fazer: um trabalho em equipe com pessoas que amo e dedicam todo seu coração ao que fazem”.  

Para a juventude, Wara diz: “Não se auto-sabotem. Durmam 8 horas por dia e bebam água. Se dêem carinho, façam o que gostam, que a mente corre livre para criar”.

 

Virna Pitaguary inicia curso de Enfermagem

Virna Pitaguary, jovem indígena apoiada pelo MSM

No último mês, a Virna Pitaguary iniciou curso técnico em Enfermagem. Ela conheceu o Movimento Saúde Mental em 2007, durante uma visita do padre Rino Bonvini, presidente da instituição. Desde então, Virna passou a ser incentivada pelo MSM e chegou a trabalhar na instituição durante um período.

Ela conta que o MSM contribuiu com essa conquista através do projeto “Juventude Indígena Realizando Sonhos”. Além disso, para ela, “o Padre Rino desenvolve um papel importante de nos fazer reconhecer nossa capacidade de sermos o que sonhamos”.

A mensagem que Virna deixa para outros jovens indígenas é: “Nós nascemos para ser maravilhas, então, ninguém pode dizer o contrário. Somos capazes, potentes e podemos ser quem quisermos através da ciência do amor que nos leva longe, nos torna fortes. E às vezes precisamos de um pequeno empurrão! Eu tive o privilégio de receber esse empurrão do MSM, enfatizado pelo Padre Rino a quem devo imensa gratidão”, finaliza.

Mais conquistas

Além de Wara, Yago e Virna, Neto Witko Pitaguary concluiu a graduação em Enfermagem e Rute Anacé retornou à Espanha para a continuação do doutorado na Universidade de Salamanca. 

 

Redação: Rayssa da Costa. Fotos: Arquivo Pessoal