(Representantes da Unicef e da SASC território indígena Pitaguary, onde são realizadas as atividades do Sim à Vida / Foto: Yago Medina)
Na quarta-feira, 5, crianças e adolescentes do projeto Sim à Vida Maracanaú (SAV), que acolhe 90 participantes em 3 núcleos no território indígena Pitaguary, participaram do 2º Fórum Comunitário Selo UNICEF. Pela manhã, o evento foi realizado no Centro Municipal de Educação Profissional Eneida Soares Pessoa e, à tarde, o encontro foi feito na palhoça do Santo Antônio Pitaguary, em Maracanaú. A visita contou com a presença de uma comitiva formada por profissionais da Unicef e da Secretaria de Assistência Social e Cidadania da Prefeitura de Maracanaú (SASC).
Durante o encontro, as crianças e adolescentes do projeto Sim à Vida realizaram um toré, ritual sagrado para os povos originários, que representa uma manifestação cultural de tradição, música e religiosidade. Entre os presentes na visita à palhoça, estavam Rui Aguiar e Madeline Abreu, do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância); Glauciane Oliveira, secretária executiva SASC, Afonso Vieira, supervisor técnico do PBS da SASC, Alex Castro do Cras Indígena, Luana Santos, coordenadora do Sim à Vida Maracanaú, Mara Pitaguary, representante da secretaria de agricultura familiar e assuntos indígenas, e Elizeu Sousa, coordenador do Movimento Saúde Mental.
Os Fóruns Comunitários são encontros de planejamento participativo, com compartilhamento de informações e diálogo entre os diversos setores da sociedade para o debate sobre políticas públicas municipais voltadas às crianças e adolescentes. O evento tem como objetivo envolver a comunidade para a identificação dos principais desafios relacionados às crianças e adolescentes da comunidade atendida, de acordo com indicadores sociais e no diagnóstico participativo. É a partir desses encontros que são definidas as ações voltadas para a garantia dos direitos da infância e adolescência, além de monitorar e avaliar o impacto de projetos, programas e política sociais.
Em Maracanaú, o Sim à Vida acolhe 90 crianças e adolescentes das comunidades atendidas. No ensino da ancestralidade, as atividades incluem o contato com a natureza, esportes, contação de histórias e lendas, além da difusão da arte indígena e do ritual do Toré, fazendo com que os participantes tenham contato não só com uma sagrada manifestação cultural de seu povo, mas também com a língua Tupi-Guarani.
No município, o projeto Sim à Vida é realizado em cogestão com a Secretaria de Assistência Social e Cidadania da Prefeitura de Maracanaú, com apoio do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) do Governo Federal. A cultura indígena é a base para o desenvolvimento das atividades com as crianças e adolescentes Pitaguary. O projeto acolhe crianças e adolescentes de 5 a 14 anos, com cadastro NIS. Os beneficiários habitam áreas de vulnerabilidade social de Fortaleza e Maracanaú. São crianças e adolescentes de famílias vulnerabilizadas pela extrema pobreza.
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SOBRE A ABORDAGEM SISTÊMICA COMUNITÁRIA
A ASC é um sistema socioterapêutico multidisciplinar e de múltiplo impacto, que atua na prevenção do sofrimento psíquico e existencial. Organizada sob três princípios – Autopoiese Comunitária, Trofolaxe Humana e Sintropia -, a Abordagem Sistêmica Comunitária foi reconhecida, em 2009, como tecnologia socioterapêutica efetiva e replicável pela Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social. Já em 2018, a ASC foi considerada uma inovação em Saúde Mental pelo MHIN (Mental Health Innovation Network) – vinculado à Organização Mundial da Saúde.
Redação por Elizeu Sousa e Gabriele Félix
Fotos por Yago Medina