As cantoras Daniella Campelo e Lenna do Valle, do projeto Meninas do Nordeste, realizaram, segunda-feira (25/04) uma aula show com o tema “O nordeste tem boa música?”  As musicistas trocaram experiências com os artistas iniciantes do Bom Jardim, que têm aula de flauta, violão ou teclado na Casa AME — Arte, Música e Espetáculo — do Movimento Saúde Mental.

Entre histórias, música e dança, as artistas convidaram a quem estava presente no auditório da Casa AME para participar ativamente do show. Para prestigiar o evento, estiveram presentes: alunos da Casa AME, profissionais do Movimento Saúde Mental (MSM), crianças do Sim à Vida, e outros moradores do Grande Bom Jardim.

Além das cantoras, as alunas de flauta também se apresentaram durante a aula. As crianças, que são moradoras da comunidade do Marrocos, em Fortaleza, tocaram a música “Anunciação”, de Alceu Valença, e “Água de Mani”, canto presente no Toré, ritual indígena.

Essas crianças participam do projeto Sim à Vida, que visa o fortalecimento da saúde mental das crianças e adolescentes e a prevenção contra as drogas. Esse projeto recebe fomento da Casa Civil do governo do Estado e apoio do programa Mais Nutrição e é inscrito como extensão no Departamento de Medicina da UFC.

Ao final da aula show, a cantora Daniella Campelo sintetizou: “A música é quem me salva todos os dias. A música é quem me faz não perder a esperança de dias melhores, de um lugar mais justo pra se viver, de menos morte. Eu tenho a impressão de que se as pessoas amassem mais a arte e tivessem mais contato com ela, a violência não teria dado tanta ordem pra gente”. 

O evento das musicistas é uma contrapartida à Lei Aldir Blanc, para isso elas fizeram parceria com o MSM para realizar o espetáculo.

A Casa AME é reconhecida como um Ponto de Cultura pela Secretaria de Cultura do Estado do Ceará, desde 2020. 

O coordenador da Casa AME, Ivan Nogueira, ressalta que o show é uma das atividades de intercâmbio cultural do Movimento: dessa vez, entre as Meninas do Nordeste, os alunos de flauta, violão e teclado da Casa AME e a comunidade.

“A vinda de duas artistas já consagradas no Ceará empodera essas meninas que estão começando a vida artística agora. Por isso que é importante esse intercâmbio, essa troca. Sempre para a Casa AME eu vou tentar, como coordenador, trazer mais esses intercâmbios como forma de empoderamento e incentivo a esses pequenos artistas que nós temos aqui”, finaliza Ivan.

 

Redação: Rayssa da Costa, Elizeu Sousa

Fotos: Divulgação/Meninas do Nordeste