A comunidade de colaboradores do Movimento Saúde Mental Comunitária (MSMC) convida todos os amigos para celebrar o aniversário do padre Rino. A festividade acontecerá com uma missa, nesta terça, 29 de março, às 18h, na Palhoça do Movimento.
Celebrar o aniversário do padre Rino é experimentar a celebração libertadora de milhares de vidas nesses 20 anos de co-construção da Abordagem Sistêmica Comunitária, a metodologia que acolhe, escuta e ajuda a desenvolver as potencialidades das pessoas. Essa metodologia é a síntese do serviço do MSMC.
História do padre Rino Bonvini
Ainda quando concluía o curso de Medicina, em Milão, na Itália, Rino Bonvini conheceu os missionários Combonianos. Os padres católicos desenvolviam serviços junto aos mais pobres na Europa, na África e em outros continentes. A partir daquele momento, Rino resolve tornar-se padre missionário.
Daniel Comboni, o fundador da Congregação Comboniana, dizia que era preciso “salvar a África a partir da própria África”, referindo-se a história de empobrecimento, sofrimento e exclusão do povo africano. Padre Rino traduz a frase de Comboni para a realidade brasileira: “promover a vida no Brasil, com o Brasil”.
Assim, Rino começou a desenvolver com pessoas das Comunidades Eclesiais de Base do Grande Bom Jardim, um serviço socioterapêutico e inclusivo que promove a vida das pessoas e potencializa a comunidade. O serviço busca desenvolver o equilíbrio biopsicossocioespiritual de cada pessoa. No início, terapia comunitária e grupos de autoestima. Depois, prevenção às drogas, práticas de cuidado, política pública de saúde mental, profissionalização e outras ações inclusivas.
Padre Rino foi adotado pelos índios Lakota Sioux, dos Estados Unidos, sendo chamado por eles de “Oyate Oyshakya Mani”, que significa: aquele que “Caminha ajudando o Povo”.
“Junto aos Lakota encontrei a mesma visão do mundo que tinha na infância, onde tudo está interligado, pois ‘somos todos parentes’. Na tribo Lakota Sioux, o conceito de irmão vai além do humano, unindo animal, vegetal, mineral, todos os seres”, recorda Bonvini.
Rino explica que conheceu “os rituais Lakota, como a sauna sagrada, a dança do sol, a busca da visão”. Ele recebeu “do líder espiritual Adam Little Elk, a primeira pena de águia e uma pedra redonda para rezar na sauna. A pena havia pertencido à mãe do Adam. Na cultura Lakota, quando se recebe uma pena de águia significa uma grande honra”. Depois de alguns anos, Rino foi adotado como irmão pela família de Little Elk, no ritual Hunka.
“A Abordagem Sistêmica Comunitária considera a espiritualidade libertadora como uma dimensão essencial para o ser humano. Empoderar a comunidade, promover a autoestima, estimular a solidariedade, facilitar a conscientização, trabalhar para a felicidade de todos são elementos que surgem da dimensão biopsicossocioespiritual”, comenta o padre.
Padre Rino, antes de vir para o Brasil, desenvolveu trabalhos na Itália, no Equador, em Uganda (África) e nos Estados Unidos. No Brasil, antes de começar a ação do MSMC no Bom Jardim, trabalhou na periferia de São Luís, no Maranhão. A partir de 2012, levou a tecnologia da Abordagem Sistêmica Comunitária para a Bolívia. Hoje, em Copacabana, cidade boliviana, é desenvolvida uma ação seguindo o modelo do MSMC.
Sobre o Movimento Saúde Mental
Fundado em 1996, o Movimento Saúde Mental atua, entre outras coisas, com grupos de terapia comunitária, embasado pela Abordagem Sistêmica Comunitária, e desenvolve atividades para todas as faixas etárias no bairro Bom Jardim, em Fortaleza e bairros vizinhos.