A comissão de representantes das 110 famílias despejadas, a duas semanas, de um terreno na avenida Urucutuba, na zona oeste de Fortaleza. Fortaleza, por ação judicial em favor do governo do Estado do Ceará, reuniu-se, ao meio dia de ontem (17/06/2013), na sede do Movimento Saúde Mental Comunitária (MSMC). Estavam presente, além de voluntários, representantes de outras organizações e representantes do poder público com a missão de garantir o direito à moradia.

Durante a reunião, foi destacada a necessidade de efetivar, com urgência, o aluguel social para as famílias que foram despejadas. Hoje essas famílias estão abrigadas pela Igreja Católica, por familiares e pelo Movimento Saúde Mental Comunitária.

O padre Rino Bonvini, médico psiquiatra, destacou que nas visitas às famílias atingidas pelo despejo identificou pessoas padecendo de transtornos pós-traumáticos de estresse. Esse quadro foi provocado pela violência ocasionada devido a derrubada de suas casas e pelo despejo imediato.

De acordo com os próprios desabrigados, o secretário de Cidades, Camilo Santana, teria assegurado o encaminhamento das famílias para moradias que estão sendo construídas pelo programa Minha Casa, Minha Vida, nas imediações do Conjunto José Walter.

Ao final da reunião, foi confirmada a ida à Defensoria Pública, na próxima quinta (20/06) visando acionar a Justiça para a resolução da questão envolvendo o direito à habitação, à saúde, à educação e à assistência social, ainda não efetivado para as famílias despejadas.

Também foi encaminhado, com representantes da Secretaria do Desenvolvimento Habitacional (Habitafor), presentes ao encontro, a necessidade de uma ação intersetorial de órgãos da Prefeitura de Fortaleza, para agilizar o aluguel social. Essa medida possibilitará que as famílias voltem a dispor de uma habitação, enquanto aguardam a entrega das futuras moradias prometidas pelo governo do Estado.

A comissão dos despejados e organizações que os acompanham esperam, até hoje, a confirmação de ações do poder público, incluindo a antecipação do cadastramento das famílias pela Habitafor que garanta o direito à moradia.

Participaram do encontro representantes dos despejados, do Movimento Saúde Mental Comunitária, do Centro de Defesa da Vida Herbert de Souza, da Paróquia de Santa Cecília, da Habitafor e da Câmara de Vereadores.

Sobre o Movimento Saúde Mental

Fundado em 1996, o Movimento Saúde Mental atua, entre outras coisas, com grupos de terapia comunitária, embasado pela Abordagem Sistêmica Comunitária, e desenvolve atividades para todas as faixas etárias no bairro Bom Jardim, em Fortaleza e bairros vizinhos.