(Familiares recebem escalda-pés durante seção de terapia em grupo / Foto: Yago Medina)


Escalda-pés, massoterapia, ventosaterapia e biomagnetismo. Esses são alguns dos serviços terapêuticos disponibilizados pelo Movimento Saúde Mental (MSM) ao se unir a rede de solidariedade e apoio às famílias das vítimas da Chacina do Curió, especialmente neste período de realização dos júris.
 Acolher , escutar e cuidar são serviços imprescindíveis da Abordagem Sistêmica Comunitária que contribui para o equilíbrio biopsicossocioespiritual das pessoas. 

Na quinta-feira (17/8/23), mães e familiares da chacina do Curió se reuniram na Palhoça do MSM, acompanhadas pela rede de organizações que as apoia, entre elas Cáritas, Cedeca, Centro de Defesa da Vida Herbert de Souza, Rede Acolhe, da Defensoria Pública, Centro de Referência e Apoio à Vítima de Violência (CRAVV)Fórum de Segurança Pública, Núcleo de Atendimento às Vítimas de Violência (NUAVV), do Ministério Público.

O grupo de mães das 11 vítimas se preparava para acompanhar mais uma fase do julgamento, previsto para esta terça-feira, 29/8/23.  Elas participaram de mais uma sessão de terapia em grupo, seguida de escalda-pés, pois além das consequências jurídicas e políticas, a violência gerou demandas relacionadas à saúde mental dos familiares enlutados. Para atender essas demandas, o MSM se juntou ao movimento de apoio às mães das vítimas através da realização de Práticas Integrativas Complementares que integram sua abordagem sistêmica.

Edna Souza, mãe de Álef Souza Cavalcante, agradece pelo espaço de cuidados. “Esse espaço tem sido bem acessível, as pessoas têm sido bem companheiras. Profissionais mesmo. A gente tem sido muito bem acolhido aqui. É muito importante esse acolhimento”. Ao falar sobre os serviços terapêuticos, ela destaca que  “a gente sabe que existem algumas mães que precisam tomar remédio, mas muitas precisam de uma terapia ocupacional como essa aqui. Minha parte favorita é a ventosa”.

A psicóloga Lorena Brito, da Rede Acolhe da Defensoria Pública do Estado do Ceará (DPCE), afirma que “foi importantíssimo no primeiro júri ter o espaço e o tempo que o Movimento ofertou, porque é como se, no meio do caos, elas tivessem um pausa”. Para ela, o Movimento Saúde Mental é um espaço de acolhimento. “Um espaço para se sentirem olhadas e amparadas. Territorializar a si mesmas em meio a tantas dores que retornam durante esse processo”.

Por Gabriele Félix e Elizeu Sousa