As práticas humanitárias desenvolvidas por profissionais de saúde mental do Ceará foram debatidas na Jornada Cearense de Psiquiatria. Essa foi a 38ª edição do evento. O MSMC participa do evento com a presença do padre Rino Bonvini, presidente do Movimento Saúde Mental Comunitária (MSMC). O padre apresentou o tema “Terapias na Rede de Atenção Psicossocial”, com a apresentação do “CAPS Comunitário do Bom Jardim: Uma experiência de cogestão na periferia de Fortaleza”.

O tema dessa edição foi, “Ética, Política e Saúde Mental”. A jornada, que também abrigou o 16º Encontro de Residentes e Ex-Residentes de Psiquiatria, foi organizada pela Sociedade Cearense de Psiquiatria (SOCEP).

Profissionais gestores do CAPS Comunitário do Bom Jardim foram convidados a contribuir no debate sobre “Terapias na Rede de Atenção Psicossocial”. Eles destacaram as ações terapêuticas realizadas no CAPS Comunitário, desenvolvidas em cogestão com a Secretaria de Saúde de Fortaleza.

Participação do MSMC

O MSMC participa, ainda, com as presenças de Ana Paula Fernandes, coordenadora do Bom Jardim, Ruth Morais, terapeuta ocupacional, e Lucilene Teixeira, assistente social.

A abordagem sistêmica comunitária, realizada há 20 anos no Bom Jardim, chama atenção pelo cuidado terapêutico prestado aos moradores que necessitam de atendimento especializado. Isso despertou o interesse de outros profissionais participantes do evento.

“Nós apresentamos essa experiência que é peculiar, provavelmente a única no Brasil, onde há uma estrutura, um equipamento do Governo Federal, que prevê a reforma da saúde mental e a reforma psiquiátrica dentro desta perspectiva de humanização. Também de aproximar a pessoa que é portadora de um distúrbio psiquiátrico mais a comunidade, ajudando a família a compreender os problemas de saúde mental, acolher e integrar dentro deste tecido social”, ressalta Bonvini.

Além de relatar o trabalho feito desde 2005, no Bom Jardim, as expectativas em expandir o modelo de abordagem sistêmica foram colocadas em pauta. “O que mais chamou a atenção deles foi a possibilidade de expansão da Abordagem Sistêmica Comunitária, deste modelo, pois a abordagem já se expandiu na Bolívia e teremos em breve a oportunidade, se tudo der certo, de expandir na Ásia, na Tailândia”, comentou o padre.

 

Sobre o Movimento Saúde Mental

Fundado em 1996, o Movimento Saúde Mental atua, entre outras coisas, com grupos de terapia comunitária, embasado pela Abordagem Sistêmica Comunitária, e desenvolve atividades para todas as faixas etárias no bairro Bom Jardim, em Fortaleza e bairros vizinhos.