O Movimento Saúde Mental (MSM) recebeu, em quatro momentos, estudantes do segundo semestre do curso de Medicina da Universidade de Fortaleza (Unifor) para aulas de campo, durante o mês de março. 

Com acompanhamento de professores, 85 alunos conheceram os serviços desenvolvidos a partir da tecnologia socioterapêutica do MSM, a Abordagem Sistêmica Comunitária

A visita dos universitários teve como objetivo contribuir para a formação em saúde mais ampla e cada vez mais próxima das necessidades de saúde da comunidade. 

A turma foi apresentada aos setores da instituição: foram recebidos com lanche preparado pelas mulheres da cozinha do Giardino Buffet, conheceram os espaços da Casa AME, visitaram o Centro de Assistência Psicossocial (Caps Comunitário do Bom Jardim) e participaram do Escalda Pés na Palhoça Terapêutica, guiado pela terapeuta Ana Paula Fernandes.

Nos encontros anteriores, os estudantes participaram da prática de Yoga e do grupo Saudavelmente, guiado pelos psicólogos Marcos Calixto e Vanêssa Firmino. Essa atividade consiste em refletir hábitos saudáveis na perspectiva do bem-estar biopsicossocioespiritual. Ainda durante o Saudavelmente, o grupo participou do relaxamento, escalda pés e momento reflexivo.

 

Estudante Marina Lacombe à esquerda da imagem

A estudante de Medicina Marina Lacombe Oliva da Fonseca, de 23 anos, contou que o sentimento que fica após conhecer os setores e práticas do Movimento é de esperança.

Marina aInda destacou que fica muito feliz em saber que pode contar com o espaço terapêutico para, futuramente, poder indicar para os pacientes: “É um movimento que deveria ter em todos os bairros, não só de Fortaleza mas do Brasil inteiro. […] Saúde Mental é uma coisa não muito acessível e nem tão falada quanto deveria. Então ter um espaço onde você traz para uma comunidade carente acesso às práticas complementares à Medicina, que na China são usadas como a própria base  para cura, eu acho que é uma oportunidade”.

Professora Anair Holanda à direita da imagem

 

Anair Holanda é professora de Práticas Integradas em Saúde do curso de Medicina da Unifor e acompanhou os alunos durante o encontro. De acordo com ela, a visita ao Movimento abrange não só objetivos de aprendizagem sobre as práticas integrativas, envolve também a ampliação do olhar sobre a saúde levando em consideração também o território e a construção em comunidade.

Para ela, “a potência do projeto traz esse olhar amplo de saúde, um olhar para habilidades de escuta e de uma nova formação mais humanizada de médicos, com esse olhar voltado para o social como resposta, o coletivo como um grande espaço de diálogo e mediação da atenção à saúde”.

A professora ainda complementa: “É extremamente rico o encantamento que se tem quando se conhece o projeto e vivencia qualquer prática, seja o lava pés, seja a Yoga, seja conhecendo o Caps e a sua inserção e construção dentro do território. Tudo isso promove uma nova forma de olhar e de cuidar. Isso representa um grande processo de ensino-aprendizagem, um grande avanço que está previsto nas diretrizes curriculares da nova formação médica”.

Para o Movimento Saúde Mental, os laços com as Instituições de Ensino Superior (IES), como a Unifor, contribuem para a construção de novos caminhos para uma sociedade mais justa e humanitária, através da junção de saberes.

Redação: Rayssa da Costa/Elizeu Sousa