A programação contou com apresentações culturais, rodas de conversa, oficinas voltadas para a beleza, e celebração ecumênica / FOTO: YAGO MEDINA

 

Nos dias 28 e 29 de novembro, o Movimento Saúde Mental realizou o “Movimento de Consciência Negra”, evento voltado para valorização da comunidade negra e cultura afro-brasileira, em alusão ao Dia da Consciência Negra. Se reuniram na Palhoça Comunitária líderes da umbanda e candomblé, pesquisadores e especialistas na cultura negra, artistas e a comunidade do Bom Jardim.

 

As atividades foram iniciadas com a declamação do poema “Me gritaram negra”, de Victoria Santa Cruz e interpretado por Cris Alves. A programação também contou apresentações de dança, com rodas de samba e rodas de capoeira, festival de culinária afro, exibição do documentário “Teu cabelo não nega”, além de oficinas de turbante ministrada por Geni Sobreira, bonecas Abayomi por Balbina Lucas e trançado de cabelo afro com Kadija e Ana Vitória Santos.

 

 

O evento gerou debates pertinentes a partir das rodas de conversa. Temas como educação inclusiva, processo para valorização da cultura negra, reflexão sobre racismo estrutural, opressão e violência foram pautas da primeira roda “Porque falar da Consciência Negra: A beleza de cada um, negritude e violência, mediada por Ana Maria de Freitas do Centro de Defesa da Vida Herbert de Souza (CDVHS), e participação de Mona Lisa da Silva do CDVHS, Edson Oliveira, Luciana Pimentel e Yara Mota. 

 

 

Para o segundo dia, o foco das discussões foram as religiões de matriz africana e o preconceito religioso, reunindo Pai Marcos Amorim do Centro Espírita de Umbanda Reis Tupinambá, Pai Irã Firmino do Terreiro Sociedade Espiritual de Umbanda Caboclo Indio, Mãe Jaque, Pastor Simões e Padre Rino Bonvini. Foram discutidas as vivências de cada representante em relação a religiosidade e o preconceito, onde o ponto principal foi a conservação da paz e o amor em comunidade, além de desestigmatizar algumas visões errôneas em relação às religiões afro. O encerramento se deu em uma celebração ecumênica, incluindo todas as fés presentes. 

 

 

O Movimento de Consciência Negra foi organizado pela Casa AME do Movimento Saúde Mental. A Casa AME (Arte, Música e Espetáculo) Dom Franco Masserdotti é um dos espaços do Movimento Saúde Mental que promove expressões artísticas e práticas terapêuticas, proporcionando o autoconhecimento e alternativas ao tratamento emocional e de sofrimentos psíquicos, beneficiando a um público bem diverso, desde crianças, adolescentes, jovens, adultos, e usuários(as) da Palhoça Terapêutica e do Centro de Atenção Psicossocial – CAPS- Comunitário do Bom Jardim.

 

SOBRE A ABORDAGEM SISTÊMICA COMUNITÁRIA

A ASC é um sistema socioterapêutico multidisciplinar e de múltiplo impacto, que atua na prevenção do sofrimento psíquico e existencial. Organizada sob três princípios – Autopoiese Comunitária, Trofolaxe Humana e Sintropia -, a Abordagem Sistêmica Comunitária foi reconhecida, em 2009, como tecnologia socioterapêutica efetiva e replicável pela Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social. Já em 2018, a ASC foi considerada uma inovação em Saúde Mental pelo MHIN (Mental Health Innovation Network) – vinculado à Organização Mundial da Saúde.

Por Richardson Lael