A ONG Gstromotiva acredita na transformação social através da comida / FOTO: ARQUIVO/MSM

 

A cozinha, muitas vezes vista como um espaço reservado apenas ao preparo de refeições, se revela um poderoso polo de transformação territorial. Esse foi o principal foco do Encontro Comunidade Gastromotiva, que reuniu lideranças e projetos sociais para discutir como a gastronomia pode impactar positivamente o desenvolvimento territorial e combater as desigualdades socioambientais, durante  os dias 2 e 4 de setembro.

 

No último dia de evento,  Natália Tatanka, coordenadora do Giardino Buffet, o negócio de impacto social do Movimento Saúde Mental (MSM), foi uma das palestrantes do fórum aberto ao público realizado no Refettorio Gastromotiva no bairro de Lapa, Rio de Janeiro. Durante sua participação, Natália compartilhou com os ouvintes a metodologia Gastronomia e Terapia do MSM, destacando o papel da preparação de alimentos como uma ferramenta de transformação social. 

 

O Giardino Buffet, localizado no Grande Bom Jardim, é gerido por pessoas formadas na Escola de Gastronomia Autossustentável do Movimento Saúde Mental (MSM). O buffet não só gera emprego e renda, mas também fortalece os laços comunitários e impulsiona a economia local.

 

A Escola de Gastronomia Autossustentável (EGA), uma iniciativa do MSM em parceria com o Programa de Gastronomia Social da Universidade Federal do Ceará (UFC), é um espaço de formação que capacita pessoas na área da gastronomia. A ação de extensão universitária, coordenada pela professora Eveline Araújo, oferece o suporte técnico e metodológico aos cursos realizados pela EGA, como as turmas do projeto Gastronomia e Terapia: Novos Caminhos para a Geração de Renda e Autoestima  e o Alimentando Sonhos.

 

Os núcleos de gastronomia do Movimento Saúde Mental são exemplos concretos de como a cozinha pode transformar territórios. A Escola Gastronomia e Terapia e o Giardino Buffet contribuem com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS): Saúde e Bem Estar, Trabalho Decente e Crescimento Econômico, e Redução das desigualdades — 3,8 e 10, respectivamente.

 

O Encontro Comunidade Gastromotiva, contou com uma programação diversificada, incluindo debates, workshops, atividades imersivas e mentorias. O evento reuniu mais de 60 líderes comunitários, além de representantes de cozinhas solidárias e organizações aliadas do Brasil e do México, evidenciando o poder da gastronomia em desenvolver territórios e elaborar políticas públicas, alinhando-se aos objetivos do F20, que visa amplificar as vozes das comunidades das favelas no contexto global do G20.

 

SOBRE A ABORDAGEM SISTÊMICA COMUNITÁRIA

A ASC é um sistema socioterapêutico multidisciplinar e de múltiplo impacto, que atua na prevenção do sofrimento psíquico e existencial. Organizada sob três princípios – Autopoiese Comunitária, Trofolaxe Humana e Sintropia -, a Abordagem Sistêmica Comunitária foi reconhecida, em 2009, como tecnologia socioterapêutica efetiva e replicável pela Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social. Já em 2018, a ASC foi considerada uma inovação em Saúde Mental pelo MHIN (Mental Health Innovation Network) – vinculado à Organização Mundial da Saúde. 

 por Yasmin Louise