A iniciativa tem como objetivo promover o empoderamento e a liderança de mulheres dentro dos eixos executivos / FOTO: ARQUIVO MSM

 

Natália Tatanka, CEO do Giardino Buffet, do Movimento Saúde Mental, torna-se destaque feminino de impacto social sendo selecionada para participar do programa Women’s Leadership Network, da Universidade de Columbia. A iniciativa visa a equidade de gênero dentro das organizações e empresas por meio do desenvolvimento de lideranças femininas, focado no território brasileiro. 

 

Iniciando a partir de 20 de fevereiro, o programa é promovido pela universidade estadunidense juntamente com o Columbia Global Center Rio de Janeiro, escritório de representação e  núcleo de iniciativas brasileiro. As atividades são feitas no Rio de Janeiro e em Nova York, consistindo em 6 módulos que incluem treinamentos estratégicos, atividades de networking, mesas redondas, seminários, aulas sobre gestão de projetos, sessões de mentoria e apresentação de resultados. Além do conteúdo, sessões com a rede de parceiros da organização estudantil serão realizadas para adquirir network e estreitar novos laços. 

 

Todo ano são selecionadas mulheres de todo o país atuantes no setor público e privado, bem como no terceiro setor. Participaram 440 mulheres, sendo 30 selecionadas. Natália está entre as duas representantes do Ceará. 

 

Tatanka conta que foi um processo bem desafiador, que incluiu, além da inscrição, uma análise por uma banca avaliadora e entrevista com perguntas em inglês. “Não que a gente desconheça nosso potencial, mas foram mais de 400 inscrições para ficar somente 30 mulheres. Então acaba que nós estamos concorrendo com tantas mulheres potência. (Ser selecionada) foi um sentimento de gratidão e eu fiquei me perguntando, qual o meu diferencial para eles me aprovarem… Acredito que foi esse sentimento comunitário que eu carrego, levando o Movimento Saúde Mental e a comunidade do  Bom Jardim onde eu vou”

 

Representante indígena de origem periférica, Natália é exemplo de resistência feminina. Na luta pelo protagonismo das mulheres do Grande Bom Jardim, Tatanka dirige o Giardino Buffet, serviço de buffet criado na pandemia composto por moradoras do território, que impulsiona o empreendedorismo feminino na cidade de Fortaleza. Prestando serviços para eventos corporativos, familiares, aluguel de peças e acervos, entre outros, o empreendimento emprega, atualmente, 70 pessoas, gerando renda mínima estável para as participantes. 

 

 

 

 

O buffet é uma resposta da Abordagem Sistêmica Comunitária (ASC) ao problema do desemprego, contribuindo para a superação da pobreza no território do Grande Bom Jardim, além de ser voltado para autossustentabilidade do MSM. A preparação de alimentos e o atendimento do Giardino contam com orientação do Programa Gastronomia Social, da Universidade Federal do Ceará (UFC). “Representa muito para mim o Movimento ser visto, a ASC ser vista, porque só é através da Abordagem Sistêmica que isso é possível. Pelos meus processos pessoais e terapêuticos de crescimento”, acrescenta a aprovada.

 

A CEO também foi indicada ao prêmio “Mulheres de Impacto” do Ceará pela Plataforma Márcia Travessoni em 2024, com votações abertas até 30 de janeiro, além de participar de evento da ONU sobre práticas sustentáveis e responsabilidade corporativa.

 

O Movimento Saúde Mental, enquanto organização e parceiro de Natália, celebra esta conquista e ressalta a importância da representatividade feminina nas organizações e nos espaços de destaque dentro da sociedade. Essa é uma vitória de todas as mulheres da empresa e do Bom Jardim.

 

SOBRE A ABORDAGEM SISTÊMICA COMUNITÁRIA

A ASC é uma metodologia socioterapêutica multidisciplinar e de múltiplo impacto, que atua na prevenção do sofrimento psíquico e existencial. Organizada sob três princípios – autopoiese Comunitária, Trofolaxe Humana e Sintropia -, a Abordagem Sistêmica Comunitária foi reconhecida, em 2009, como tecnologia socioterapêutica efetiva e replicável pela Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social. Já em 2018, a ASC foi considerada uma inovação em Saúde Mental pelo MHIN (Mental Health Innovation Network) – vinculado à Organização Mundial da Saúde.

Por Richardson Lael