Com cores vivas nos muros e nos papéis sobre a mesa, a segunda-feira ficou mais colorida na comunidade do Marrocos, em Fortaleza. O projeto Sim à Vida iniciou um novo ciclo, acolhendo cerca de 50 crianças e adolescentes da região, distribuídos entre os turnos da manhã e da tarde. O Sim à Vida é uma das principais ações do Movimento Saúde Mental e, desde 1998, atua na prevenção da dependência química para as crianças e adolescentes da periferia. Ao longo dos anos, o projeto também fortaleceu seu papel no acolhimento dessas crianças e adolescentes.

 

A coordenadora do Sim à Vida Marrocos, Daniela Sampaio, explica que o projeto surgiu para suprir a carência de espaços de acolhimento e desenvolvimento social e emocional saudável para as crianças e adolescentes, que ficavam ainda mais expostos às drogas e à violência. Atuando no contraturno das aulas, o projeto promove a inserção social por meio de dinâmicas educativas, como danças, apresentações e outras atividades que marcaram o primeiro dia da nova turma. Os participantes também foram incentivados a colocar em linhas coloridas no papel suas histórias de vida e memórias favoritas.

 

O Sim à Vida retomou suas atividades com o apoio direto da Casa Civil do estado do Ceará. Segundo Daniela, as atividades diárias promovem, entre outros aspectos, a arte-educação, o convívio familiar e a autoestima. Todas as ações são planejadas pelos educadores com o objetivo de “formar pessoas mais saudáveis psicologicamente, fortalecidas e com vínculos familiares mais fortes para se tornarem cidadãos mais plenos”.

 

 

A primeira manhã do ciclo também foi marcada pela visita do Grupo Piacenza Itália. Os jovens italianos, que fazem parte do Amici di Rino, grupo de apoiadores do Movimento Saúde Mental na Itália, conheceram o projeto para fortalecer a rede de apoio internacional. Ao dançar e desenhar com as crianças e adolescentes, o grupo compartilhou seu encantamento. Jacopo Mocchi, jornalista e integrante do grupo, descreveu o espaço como “um lugar seguro em uma cidade difícil”.

 

Este é apenas o começo. Com apoio local e internacional, o Sim à Vida segue crescendo na missão de acolher e transformar a realidade das crianças e adolescentes da periferia fortalezense. Com um abraço, uma conversa e um jovem de cada vez, o projeto continua fortalecendo a luta pelo bem-estar social e coletivo.

 

por Lívia Vieira