Identidade é a palavra principal que define o Grupo Diversidades. Hoje consolidado como uma ação terapêutica dentro do Movimento Saúde Mental (MSM), representa o encontro de diferentes pessoas, pensamentos e grupos sociais na comunidade do Grande Bom Jardim, promovendo autodescoberta.
“O respeito a si mesmo e ao outro permite que os participantes conversem abertamente entre si, compreendendo suas limitações e criando estratégias de enfrentamento para suas demandas diárias”, explica Elenilson Silva, psicólogo do MSM que acompanha as reuniões do grupo. O profissional reitera que o propósito do Diversidades é trazer em pauta a temática do resgate da identidade pessoal de cada participante (quem ele é), para além de qualquer diagnóstico. A partir disso, a proposta é contribuir para resgate da autonomia da pessoa, quebrando estigmas e compreendendo a sua existência de maneira integral. O grupo apoia-se na socioterapia da Abordagem Sistêmica Comunitária (ASC), tecnologia desenvolvida no MSM por seu fundador, Padre Rino Bonvini.
Nessa perspectiva, na última quinta-feira, 16, o grupo reunido na Palhoça Comunitária do MSM discutiu sobre o resgate de si. Usando a pergunta norteadora “Quais partes de mim estou redescobrindo?”, os/as participantes foram guiados numa conversa aberta sobre esse processo e compartilharam histórias com diferentes recortes, como se redescobrir durante o luto ou como as terapias têm feito com que esse processo aconteça da melhor forma, como o caso da Ana (nome fictício para preservar sua privacidade), usuária do CAPS da Regional V e participante das ações do MSM.
Ela conta que costuma participar do Diversidades e relata como sua luta contra a depressão tem se fortalecido depois das vindas frequentes às reuniões. “Eu cheguei aqui quase morta espiritualmente, doente da mente, mas eu já tô conseguindo me fortalecer. E graças a Deus eu tô me sentindo melhor, já estou quase sabendo quem sou eu. Quando eu cheguei aqui, eu não sabia quem eu era, mas estou quase chegando lá.”
A cada encontro é possível observar nos/as participantes a melhora no bem-estar e na forma como ficam cada vez mais abertos para usar o espaço de escuta e fala sobre si. Jardel Gael, terapeuta do MSM que também acompanha o grupo, comenta que uma das diferenças que percebe é que os/as participantes estão retornando cada vez mais para outros encontros depois que começam a internalizar mais o processo de se entender enquanto indivíduo. “Eu acho que a grande premissa que o grupo traz está muito dentro do aspecto social. Eles se identificam como indivíduos e olham de que forma a sociedade os trata e de que forma eles podem também devolver isso para a sociedade, não na mesma proporção, da mesma forma negativa, pelo contrário. Eles saem daqui como sujeitos transformados, dentro desse sistema que os cuida e que eles também sejam disseminadores dessa prática de cuidado em saúde”, comenta.
Os encontros do Grupo Diversidades acontecem todas as quintas-feiras, a partir das 9:00, na Palhoça Comunitária, localizada na Rua Doutor Fernando Augusto, 985 – Bom Jardim. Para mais informações, entre em contato com o número (85) 98106-7178.
Por Richardson Lael