Entre Cocares e Foguetes Crianças e adolescentes do Sim à Vida Maracanaú visitam o Centro Dragão do Mar, em Fortaleza

(Participantes do Sim à Vida Maracanaú visitam equipamentos do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura / Foto: Yago Medina)

Nos dias 9 e 11 de julho, a conexão entre a ancestralidade e o futuro se fez presente mais uma vez. Crianças e adolescentes do Sim à Vida Maracanaú, projeto que realiza ações em 3 núcleos no território indígena Pitaguary do município – Horto, Olho D’Água e Santo Antônio -, prestigiaram a sessão “Foguete de Papel”, exibida no Planetário Rubens de Azevedo, em Fortaleza. Durante o passeio, que faz parte das ações de democratização cultural do Movimento Saúde Mental (MSM), o grupo também visitou o Museu da Cultura Cearense (MCC), acompanhando as exposições “Museu da Mão” e Vaqueiros. 

A sessão Foguete de Papel acompanha uma fantástica viagem pelos planetas do Sistema Solar através de incríveis imagens, projetadas com alta resolução. A aventura, narrada em uma linguagem educativa especialmente pensada para o público infantil, leva os jovens astronautas através do Sol, dos planetas terrestres e dos gigantes gasosos. Com sonoplastia envolvente e efeitos especiais lúdicos, até os mesmo arte educadores que acompanharam a turma se emocionaram durante a exibição. 

O MCC é um museu etnográfico que promove a produção cultural cearense. Com ações de pesquisa, preservação e comunicação, o espaço tem como objetivo democratizar o acesso ao Patrimônio Cultural do Estado do Ceará. A visita ao MCC permite que os participantes conheçam, reflitam e valorizem a produção cultural local. Luana Santos, coordenadora do projeto, fala sobre a experiência de visitar o museu. “Vimos o Museu do vaqueiro, que  guarda a memória de alguns vaqueiros retratados na história,  incluindo uma mulher vaqueiro, alguns deles da localidade Maranguape. Vimos o gibão, a caatinga, os chocalhos, dentre outros”, conta.

Inaugurada em abril de 1999, a exposição de longa duração, Vaqueiros, conta com um acervo de 130 peças, incluindo fotografias da caatinga, retrato dos vaqueiros, vestimentas de couro, instalações, utensílios domésticos, utensílios de trabalho, além de elementos de religiosidade e festividades. O objetivo é que o público reconheça o vaqueiro enquanto personagem histórico da cultura cearense. A exposição “Museu da Mão” foi concebida pelo artista paulistano Rubens Matuck e reúne mais de 400 itens, muitos deles compartilhados com o artista visual cearense Aldemir Martins, homenageado na exposição como seu mestre e grande incentivador da arte brasileira.

O Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura é um dos mais relevantes e emblemáticos complexos culturais brasileiros. O espaço conta com diversos equipamentos artísticos, como o Museu da Cultura Cearense, o Museu de Arte Contemporânea do Ceará, a Multigaleria, o Teatro Dragão do Mar, o Espaço Rogaciano Leite Filho, a Arena Dragão do Mar, o Cinema do Dragão, o Anfiteatro Sérgio Motta, com o Auditório e a Praça Verde; além do Planetário Rubens de Azevedo. O nome é uma homenagem a Dragão do Mar, simbólico herói cearense O líder dos jangadeiros cravou seu nome na história como o lendário Dragão do Mar, deflagrando a greve dos seus companheiros. Sua ousadia e coragem paralisaram o mercado escravista no porto de Fortaleza nos dias 27, 30 e 31 de janeiro de 1881. 

Em Maracanaú, o projeto Sim à Vida é realizado em cogestão com a Secretaria de Assistência Social e Cidadania da Prefeitura de Maracanaú, com apoio do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) do Governo Federal. A cultura indígena é a base para o desenvolvimento das atividades com as crianças e adolescentes Pitaguary. O projeto acolhe 90 crianças e adolescentes de 5 a 14 anos, com cadastro NIS. Os beneficiários habitam áreas de vulnerabilidade social de Fortaleza e Maracanaú. São crianças e adolescentes de famílias vulnerabilizadas pela extrema pobreza. 

CONFIRA MAIS FOTOS

SOBRE A ABORDAGEM SISTÊMICA COMUNITÁRIA

A ASC é uma metodologia socioterapêutica multidisciplinar e de múltiplo impacto, que atua na prevenção do sofrimento psíquico e existencial. Organizada sob três princípios – autopoiese Comunitária, Trofolaxe Humana e Sintropia -, a Abordagem Sistêmica Comunitária foi reconhecida, em 2009, como tecnologia socioterapêutica efetiva e replicável pela Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social. Já em 2018, a ASC foi considerada uma inovação em Saúde Mental pelo MHIN (Mental Health Innovation Network) – vinculado à Organização Mundial da Saúde. 

Redação por Gabriele Félix

Fotos por Yago Medina