O Movimento Saúde Mental promove mais uma edição do Curso Abordagem Sistêmica Comunitária (ASC), desta vez com ênfase nas Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) em parceria com a Secretaria de Saúde do Estado do Ceará (SESA). O curso é voltado para a formação de 35 profissionais, entre enfermeiras, psicólogas, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais e outros profissionais que atuam na Atenção Primária à Saúde (APS) e na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) do Estado, atendendo comunidades urbanas, populações indígenas e quilombolas.
O curso visa preparar esses multiplicadores/as a partir das bases de escuta, acolhimento e promoção da autonomia previstas na ASC, além de integrar repertório de práticas sócio terapêuticas, a fim de promover um acolhimento cada vez mais humanizado, eficiente e direcionado ao equilíbrio biopsicossocioespiritual das pessoas, seja preventivamente, seja para cuidar de situaçõoes de sofrimento psíquico que buscam atendimento na rede pública.
A formação teve sua aula inaugural em 21 de março, na Palhoça Comunitária do MSM, com o primeiro módulo voltado para a Introdução aos Princípios Fundamentais da ASC, descrição histórica da metodologia socioterapêutica desenvolvida pelo MSM desde 1996 e apresentação dos conceitos de Autopoiese Comunitária, Trofolaxe Humana e Sintropia, que estruturam a ASC e serão desenvolvidos em profundidade no decorrer do curso.
A aula foi ministrada pelo psiquiatra, presidente do MSM e autor da sistematização científica e metodológica da ASC, Padre Rino Bonvini. Também contou com um circuito de cuidados sócioterapêucos envolvendo práticas integrativas e complementares. Na ocasião, participaram também a Secretária Executiva de Atenção Primária e Políticas de Saúde da SESA, Vaudelice Mota, e da Coordenadora de Políticas de Saúde Mental da SESA, Rane Félix, que compartilhou sua percepção da experiência através das redes sociais do MSM: “Foi uma experiência potente, que vai ajudar os trabalhadores e trabalhadoras do SUS a fazer a escuta e acolhimento das pessoas nos serviços de saúde. É muito importante cuidar de quem cuida!”, escreveu. Já Vaudelice lembrou o compromisso que tem com a formação em ASC e afirmou que esta foi uma das primeiras demandas acolhidas por sua gestão, destacando que, no contexto de adoecimento mental que enfrentamos, essa formação é fundamental.
Com a programação distribuída em seis módulos, previstos para seguirem até setembro deste ano, o curso já realizou seu segundo módulo de formação nos dias 15 e 16 de maio. Com o tema “Dinâmicas de Grupos e Rodas de Conversas Temáticas”, o Módulo II foi realizado no Auditório da Casa AME, com facilitação da Coordenadora da Palhoça Comunitária, Ana Paula Fernandes, e do Terapeuta Comunitário, Igor Premal, e focou no conhecimento de Roda de Terapia Comunitária Integrativa Temática, bem como processos de escuta, acolhimento em grupo, dinâmicas vivenciais e práticas em grupo.
Entre formações teóricas e práticas, com vivências supervisionadas, por meio de atividades interativas e dinâmicas, os/as participantes têm imergido na terapia socioterpêutica de múltiplo impacto promovida pelo MSM e adquirido conhecimentos que são essenciais e transformadores para suas experiências profissionais em saúde pública, a partir de um ambiente de formação plural e apoiado na troca de saberes. O próximo módulo do curso está previsto para acontecer na segunda semana de junho e vai tratar de autoconhecimento e comunidade, a partir do tema “Autoestima e Introdução ao Pensamento Sistêmico”. O coordenador de Formação e Advocacy do MSM, Elizeu Sousa, é responsável pela coordenação do curso.
Por Lívia Vieira